segunda-feira, 9 de julho de 2012


Etimologia greco-latina: “Ekklésia Christiana”
Primitiva “ekklésia” em sua derradeira prece
(arena romana)

Embora, tratando-se de algo absolutamente elementar a todo apologista/apologeta, um breve resgate etimológico, “via de regra”, elucida ou, lança maior visibilidade sobre determinado conceito ou expressão. No tocante ao vocábulo EKKLÉSIA (gr.: εκκλησία) deve-se colocar prioritariamente em relevo a idéia inerente ao signo. Assim, temos (sem maiores digressões – as quais nos poderiam conduzir a uma perda de foco) uma alusão derivativa da preposição “ek”, (que indica origem – o ponto de onde uma ação ou movimento procede), e “kaleo”, (chamado, convocado). “EKKLÉSIA” pode (com as devidas restrições) ser aplicada como correlata à SINAGOGA (heb.: sunagoge), salientando-se, todavia, que está última possui alcance menos abrangente. “Ekklesia” geralmente indica uma parcela de elementos “convocados” mais “seleta” que “sunagoge” (Thayer). A EKKLÉSIA grega apresenta-se, pois, como equivalente a QHAL (congregação) véterotestamentária ou judaica. Contudo, não se deve (sob pena de se incorrer em grosseiro equívoco) associar “EKKLÉSIA” à idéia subjacente a “hágios” (gr.: santo, “separado”) ou, por extensão ao seu equivalente hebráico “kadosh”. A esse respeito discorre Hort:

 “Não há fundamento para a noção amplamente divulgada de que EKKLÉSIA ( εκκλησία ) signifique um povo ou um número de indivíduos “chamados para fora” do mundo ou etnia humana ” (F. J. A. Hort, Op. Cit.).

Há que se considerar ainda, que a “EKKLÉSIA” dos dias apostólicos aludia, sobretudo, a uma “convocação” de caráter civil ou laico, não estando necessariamente atrelada ao “Serviço Sagrado”. Portanto, ao recorrer ao vocábulo em questão, os autores neotestamentários o adequaram ao seu particular contexto, revestindo-o de uma significação até então inusitada .

Temos assim, por uma exata correspondência (correlação)  entre idéias e  propósitos  a “CONGREGAÇÃO CRISTÔ (“EKKLÉSIA CHRISTIANA”), em oposição ou paralelamente à “CONGREGAÇÃO JUDÁICA” (ou mosaica). Por “corruptela”, pareceu conveniente a determinados tradutores neotestamentários verter “EKKLÉSIA” por “IGREJA”. Tal expressão, entretanto, obscurece a real acepção da palavra, induzindo o leitor leigo a conjecturas nem sempre procedentes. Além disso, e por condicionamento cultural irregularmente conduzido, passou-se a “ressignificar” a terminologia, atribuindo-lhe a inapropriada idéia de local ou templo (conforme já averiguado e, devidamente pontuado William Tyndale, dentre diversos outros autores reformistas).

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