quarta-feira, 25 de julho de 2012

REMOVAM AS PAREDES


Texto retirado do livro Voltando à Essência:
www.aosseuspes.com/Voltando-a-Essencia

Mzuzu, África, 1996


Hoje em dia em quase todos os países o corpo de Jesus está dividido em muitas partes. Existem muitas razões porque o Corpo de Jesus está tão divido. Às vezes é por causa do orgulho e da ambição de certos homens. Às vezes é porque existem diferenças nos ensinamentos e as pessoas acabam se dividindo por causa disso. Muitas vezes o corpo de Jesus se divide por causa de problemas de personalidades. As pessoas se chocam e depois seguem seus próprios caminhos.

A nossa obrigação e responsabilidade diante de Jesus é remover as paredes e barreiras. Jesus quer que o Corpo de Cristo se torne UM no mundo inteiro. Há, entretanto, algumas coisas que precisam mudar para que isso possa acontecer. Precisamos tratar com nosso egoísmo e orgulho. Para entender os ensinamentos de Jesus precisamos estar juntos, não viver isoladamente. Nós precisamos ser receptivos e humildes para aprendermos um com o outro.

Uma das coisas que divide o corpo de Jesus em muitas partes é o desejo dos homens em colocar placas na frente das igrejas. Se conferirmos somente na Bíblia, saberemos que na verdade a Igreja verdadeira realmente nunca teve um nome. Não havia “igreja Batista” na Bíblia, e nem “Apostólica”, ou “igreja do Nazareno”. Tampouco “Menonitas” ou “Carismáticos”. Somente existe o Corpo de Jesus.

Quando lemos sobre as Igrejas na Bíblia, são conhecidas por vários nomes. Mas são descrições, não títulos. Uma igreja pode ser referida como: “a igreja de Deus em Corinto” ou “os primogênitos”. É a mesma coisa. Tanto pode ser referida como: “os eleitos” quanto como “os escolhidos”. O que não deixa de ser a mesma coisa: a igreja de Deus em Corinto. Todos esses nomes são descrições de quem eram, e não um rótulo ou título. Por exemplo, se eu dissesse: “irmão João”, isso poderia ser um título. Mas se dissesse: “João, meu querido irmão”, isso é uma descrição, e não um título. As igrejas na Bíblia são descritas de várias maneiras. Mas nunca eram chamadas por títulos. Nenhuma vez na Bíblia a Igreja tem um nome registrado. “Igreja Batista” é um nome de uma denominação; “irmãos em Cristo” é uma descrição. “Batista” é um nome de uma organização. Isso é uma das coisas que nos divide em pequenos pedaços. Porque se você tiver um nome diferente do que o meu, então isso nos faz diferentes.

Ainda existe poder no Sangue? Precisamos nos dividir sobre nomes? Você precisa de um nome além do nome de Jesus? Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devemos ser salvos. Não precisamos ser “Batista” nem “Menonita”, nem “Apostólica” nem “Adventista do Sétimo Dia”. Precisamos amar Jesus e amar uns aos outros. Ponto final. Ainda HÁ poder no Sangue e nada deveria nos dividir um do outro. Se existir uma divisão entre mim e você, deveria ser somente porque um de nós não quer amar e obedecer a Jesus. Isso traria separação. Mas isso é a única coisa que deveria nos separar de nossos irmãos. Se você tem o nome “Batista”, e eu sou “Adventista do Sétimo Dia”, então temos uma divisão entre nós que deixa Jesus triste. Se vivermos nossas vidas juntos e nos interessarmos um pelo outro sem os nomes de “Batista” ou “Adventista do Sétimo Dia”, então podemos aprender juntos a amar e obedecer a Jesus. Mas se tivermos nomes diferentes, não podemos estar JUNTOS.

Qual é o nome da sua igreja?
Por amor a Jesus, não devemos ter barreiras. Paulo disse dessa maneira: “Maldito todo aquele que não ama o Senhor”. Não deve haver nenhuma outra maldição. Precisamos remover as paredes, as barreiras e as placas. Então se tiver uma igreja na sua cidade e há poder no Sangue, então podemos ser Cristãos juntos sem existir títulos. A igreja da qual nós fazemos parte nos Estados Unidos está em existência por mais de dez anos e nunca tivemos um nome, nunca. Quando alguém nos pergunta: “Qual o nome da sua igreja?” respondemos, “Nós amamos Jesus”. Se essa pessoa for Batista, não tem uma barreira. Ela não pensa que estou competindo e sendo assim, eu tenho como convidá-la para simplesmente amar Jesus também, sem existir a barreira de qual religião eu sou. Quando alguém pergunta a uma das nossas crianças: “De qual ‘igreja’ você é?” elas não sabem como responder sem talvez dizer: “Todos que eu conheço amam Jesus”. Se alguém perguntar: “Qual ‘igreja’ você freqüenta?” as nossas crianças dizem: “Como assim?” Elas fazem parte da Igreja todos os dias. Elas não freqüentam a ‘igreja’; elas são a Igreja. E as crianças sabem disso em seus corações, mesmo quando são bem pequenas.

É muito importante em nossas vidas que não nos dividimos por denominações. É preciso que comece consigo mesmo e com as pessoas no mundo religioso, as quais você estende a mão. Implore a elas para não terem paredes ou barreiras. Se ainda há poder no Sangue, não podemos ter paredes. Ter um nome que não está na Bíblia cria paredes. Algumas pessoas dizem: “Mas o nosso nome está na Bíblia. A nossa ‘igreja’ se chama ‘Igreja de Deus’ e a Bíblia diz que a Igreja em Corinto se chamava ‘Igreja de Deus’. Então nós temos um nome que está na Bíblia”. Não seria bom pensar assim porque Paulo não deu um titulo para Igreja. O que ele disse foi: “A Igreja que pertence a Deus”. Não foi: “A Igreja de Deus em Corinto”, mas porém, “O povo de Deus que mora na cidade de Corinto”. Foi uma descrição e não um nome e, também, ele chamava esse mesmo grupo de pessoas por dois ou três outros nomes. Sendo uma descrição, existem muitos nomes para a Igreja. Mas ao construirmos um nome para nós mesmos e esse nome se torna quem somos, pisamos sobre o sangue de Cristo porque criamos paredes entre nós e outras pessoas que amam Jesus. Se estiver disposto, a melhor resposta quando alguém te perguntar: “Qual é o nome da sua ‘igreja’” é dizer: “Eu amo Jesus. E você?” Isso é a melhor resposta. Aí não existem barreiras a não ser se amarem Jesus ou não. Isso é o caminho de Deus e da Bíblia. Não nos separamos por causa de nomes. Como o apóstolo disse: “Pequeninos, amem uns aos outros”. É isso que fazemos. Não temos orgulho da nossa “igreja”, mas nos orgulhamos em nosso marido, Jesus. Amém?

Alguém que eu conheço estava conversando com um “pastor”. O pastor ficou surpreso quando essa pessoa lhe disse que elas, como pessoas, eram a Igreja. Esse pastor sempre havia pensado que “igreja” é algo que você freqüenta aos domingos num edifício. Então quando alguém te perguntar: “Qual ‘igreja’ que você pertence?”; você pode pedir a Deus sabedoria para responder essa pergunta. Existem centenas de respostas diferentes. Ao ler o Novo Testamento, perceba que os cristãos poderiam ter respondido essa pergunta também de várias maneiras porque eles não tiveram um nome. Se você pedir a Deus sabedoria em como responder a essa pergunta, Deus pode te mostrar o que dizer. Mas se você tiver um nome e alguém te perguntar: “Você é de que ‘igreja’?”, você só tem uma resposta….o nome da denominação que você freqüenta. Mas se não tiver um nome, você pode ajudar a pessoa chegar mais perto de Jesus ao explicar a ela que Jesus vive e que Seu Corpo é a Igreja. Não é algo que você freqüenta, é quem você é. É uma Família, não uma organização. Você pode dizer todas essas coisas quando alguém te perguntar qual “igreja” que você faz parte—se não tiver um nome, porque se tiver, a pessoa não vai acreditar no que você diz. Vai pensar que você é como todos os outros que freqüentam cultos, só que talvez você creia um pouco diferente dela. Mas se não tiver um nome, como as Igrejas na Bíblia não tiveram um nome específico, quando alguém te perguntar o nome da sua “igreja”, poderá contá-lo sobre a Família maravilhosa e o Corpo de Jesus e a Sua Vida ativa no meio do Seu povo.

“Declarações de Fé”—outra barreira
Uma razão porque denominações existem é por causa do orgulho dos homens. Outra razão é por causa dos credos, ou “declarações de fé” diferentes. Quando o “pastor” e a outra pessoa que mencionei agora a pouco começaram a conversar, o “pastor” não conhecia a “declaração de fé” da outra pessoa. Mas se essa pessoa e alguns outros irmãos fossem conhecer o “pastor” melhor, eles começariam a conversar sobre diversas coisas em função desse relacionamento. Talvez eles conversassem sobre como Jesus nasceu de uma virgem, sobre a morte e ressurreição de Jesus, ou o fato que Ele voltará para Seu Povo. Talvez conversassem sobre o que significa ser um Cristão—que é preciso perder a sua vida para Jesus para poder achá-la e se não tomar a sua cruz não poderá ser Seu discípulo. Baseado no seu relacionamento, eles iriam começar a chegar numa “declaração de fé”.

Você tem uma esposa e filhos? Qual é a sua “declaração de fé” para sua família? Existem coisas que são importantes para sua família, mas você não tem uma declaração de fé para ela. De certa maneira você tem, mas não nesses termos, por exemplo, não iria colocar numa moldura para por na parede, mas está no seu coração e está no coração de seus filhos porque você os tem ensinado. Se eu ficasse na sua casa por um tempo, não seria necessário me dizer sua “declaração de fé”. Iria ver em seu rosto. Iria ver na maneira que você trata a sua esposa e seus filhos. Iria ver em quão duro você trabalha, nas horas das refeições, e quando te achasse de joelhos orando num quarto. Você não iria colocar na parede, mas você de fato tem uma declaração.

Quando a Igreja é uma Família, é a mesma coisa. Não temos um credo que colocamos na parede, mas pode vê-lo em nossos corações ao nos conhecer. Se alguém que não acreditasse que Jesus nasceu de uma virgem, que Ele é o filho de Deus ou que o sangue de Cristo é o que nos salva, viesse gastar um tempo com a nossa Família, nossa Igreja (que tem centenas de pessoas), nós não lhe daríamos uma declaração de fé porque não temos uma—somos uma Família. Assim como a sua família não tem uma. Mas porque realmente temos uma em nossos corações, assim como a sua família a tem, não iria demorar muito tempo para a gente conversar sobre coisas importantes.

O problema com formular uma “declaração de fé” e colocar na parede é o mesmo problema do que ter um nome para a igreja. Ela cria paredes e barreiras entre pessoas. Se uma pessoa vier a mim e perguntar: “Você é um Batista?” e eu digo: “Sim, eu sou um Batista”, ele pensa que me conhece. Mas ele realmente não me conhece, o que ele sabe são coisas sobre Batistas e agora ele supõe que me conhece. Entretanto, se eu for um Cristão sem nome, então ele não tem medo de mim porque ele não pensa que me conhece ainda. Agora ele precisa conversar comigo para descobrir quem eu realmente sou porque não estou me escondendo atrás do nome “Batista”. Ele pode conversar comigo ou me perguntar coisas específicas, tipo—sobre o Sangue de Jesus e eu posso dizer a ele o que creio sobre isso. Se estiver errado, talvez ele possa me ajudar a mudar. Mas se sou Batista, ele já teria dito: “Tchau”. Quando não temos barreiras, podemos ter relacionamentos onde podemos ajudar uns aos outros.

Amando pessoas, mas odiando mistura
Embora a Igreja na Bíblia não tivesse um nome que defendia, distinguindo-a de outros Cristãos na cidade, existe algo que se chama Igreja local. Digo isso porque é importante ter relacionamentos abertos um como o outro. Nos Estados Unidos há possivelmente três tipos de situações dentro do mundo Cristão. Um é o tipo onde há pessoas que fazem parte das denominações reconhecidas pelos nomes. Existem pessoas boas nestas denominações bem como pessoas não tão boas. Outra situação é onde as pessoas que saíram das denominações, mas ainda não deram suas vidas a outros cristãos e então vivem isoladamente. Elas amam Jesus e crêem na verdade, mas precisam de pessoas em suas vidas todos os dias. As Escrituras dizem que devemos encorajar um ao outro todos os dias, durante o tempo que se chama hoje. E, se não encorajamos uns aos outros diariamente então vamos ficar duros de coração e enganados pelo pecado (Hb. 3:12-13).

E outra situação é onde as pessoas que estão unidas em vida todos os dias. Não fazem parte das denominações, mas amam as pessoas nas denominações. São devotadas uns aos outros todos os dias e são uma Igreja. Não estão vagueando sem rumo. São pessoas que a Bíblia descreve sendo “ajustados e unidos pelo auxílio de todas as juntas”. Quando uma parte sofre, todas sofrem. Quando uma parte é abençoada, todas regozijam. Levantam, sentam, e andam juntas. É uma Igreja, mas sem um nome ou edifício, tão pouco algo para freqüentar. Seus membros encaram a vida juntos amando uns aos outros todos os dias.

Então existem estes três tipos de situações. A maioria das pessoas passa pela primeira situação em algum ponto na vida. A maioria de nós é exposta a Jesus por meio das denominações e algumas coisas boas têm vindo delas. Algumas pessoas, porque suas consciências são sensíveis, vêem coisas que não conseguem tolerar nas denominações. Jesus disse que Ele vomita mornidão da Sua boca. Em algumas denominações há algumas pessoas quentes ou zelosas e algumas pessoas frias. Quando você mistura quente com frio, qual o resultado? Você acaba tendo uma coisa morna. Por isso, porque Jesus fica com dor de barriga com coisas mornas também a pessoa, que pensa como Jesus pensa, vai ter dificuldade com a situação onde há mistura. Poderemos ficar confortáveis com mistura só se não estivermos conectados a Jesus porque Ele não gosta de mistura. Então isso nos deixa com um grande problema. Amamos as pessoas, queremos ajudar e servir, e nós precisamos delas também. Mas há uma mistura e não sabemos o que fazer. Algumas pessoas tiveram que deixar esta situação. Outras foram expulsas ou saíram cheias de tristeza e agora estão sozinhas. Vamos querer encorajá-las a rapidamente se envolverem todos os dias com outros bons cristãos e não ficar separadas por muito tempo. Precisamos orar muito pelas denominações e algumas das pessoas muito especiais que estão lá, mas as paredes precisam cair e a mornidão precisa parar. As Escrituras dizem que temos que tirar o fermento da massa. Esse é o nosso alvo—ajudar a tirar o fermento da massa.

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