quinta-feira, 12 de julho de 2012



Máscaras
Gilbert Brenson-Lazán


Sempre que coloco uma máscara para encobrir
minha realidade
fingindo ser o que não sou,
fingindo ser o que não sou,
faço-o para atrair as pessoas.
Mas logo descubro que somente atraio outros mascarados,
afastando as pessoas devido a um estorvo: a máscara.


Faço-o para evitar que os outros vejam minhas fraquezas,
mas logo descubro que por não verem a minha humanidade,
as pessoas não podem me amar pelo o que sou e sim pela máscara.


Faço-o para preservar minhas amizades,
mas logo descubro que quando perco um amigo,
por ter sido autêntico,
ele realmente não era amigo meu, e sim amigo da máscara.


Faço-o para evitar magoar alguém e por diplomacia,
mas logo descubro que é a máscara
o que mais magoa as pessoas de quem quero me aproximar.


Faço-o com a certeza de que é o melhor que tenho
a fazer para ser amado;
mas logo descubro o triste paradoxo:
o que mais desejo conseguir com minhas máscaras
é precisamente o que com elas eu impeço que aconteça.

Nenhum comentário:

Postar um comentário